quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Nobres princípios, textos maçantes

A literatura juvenil brasileira, produzida hoje com a finalidade única de entrar nos planos oficiais de compra de livros, tem sofrido as consequências da limitação de temas. Para não desagradar ao comprador-mor, as editoras se impõem a tarefa de ser mais realistas que o rei. O autor oferece seu trabalho, e a primeira pergunta que lhe fazem é sobre os bons sentimentos do livro: eles não devem simplesmente prevalecer sobre os maus. Devem ser esmagadoramente predominantes, descaradamente predominantes. E a realidade dos temas, que vinha atraindo a atenção de leitores e editoras de todo o mundo, está, assim, praticamente proibida na literatura juvenil brasileira. Todos os personagens fazem o bem. Os protagonistas, claro, fazem um bocado mais que os outros. Se a vida imitasse a arte, estaríamos no melhor dos mundos.

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