sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Trecho de "Explorações", de Rula Wicknerd

Na tribo, contavam-se façanhas prodigiosas de alguns jovens, capazes de manter a ereção por mais de oito horas seguidas. Dei a informação por verdadeira, porque no tempo em que lá estive presenciei, em duas ocasiões, em meses diferentes, uma prática que era conhecida pela expressão "noites do cio". Delas participaram inicialmente mulheres que escapavam de tribos vizinhas para dar-se aos infatigáveis jovens, à beira do rio. Algumas não voltavam às suas aldeias e tornavam-se alegremente escravas. Nos seus rostos jamais vi lascívia, mas uma tranquilidade que poderia ter-se como paz se, à noite, não mudassem seu comportamento e, com uma inquietação mórbida, não se reunissem todas à margem do rio, uivando e clamando pela satisfação sexual. Segundo soube alguns anos depois, algumas mulheres da aldeia, especialmente as mais jovens, logo incorporaram o hábito e todas as noites eram agora "noites do cio". A última notícia que tive da tribo, há dois anos, era a de que ela praticamente se extinguira, por uma maldição das tribos limítrofes. Acredito mais na hipótese de que as "noites do cio" tenham influído na capacidade de prover às necessidades alimentícias da tribo.

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