segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Um poema de Anna Akhmátova

"São muitas, seguramente, as coisas
que ainda querem ser cantadas por mim:
tudo o que mudo ressoa,
o que no escuro subterrâneo afia a pedra,
o que irrompe através da fumaça.
Ainda não ajustei contas com a chama,
nem com o vento e nem com a água...
É por isso que a minha sonolência
abre-me, de par em par, os portões
que levam à estrela da manhã."

(De Antologia poética, tradução de Lauro Machado Coelho, publicado pela L&PM.)

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