Para exprimir-te eu julgava
Que me seria preciso
Dispor do som que cantava
Nas fontes do Paraíso.
Do amor eu, tolo e ignorante,
Te achava tão intangível,
Tão irreal, tão distante,
Tão longe, tão impossível,
Que imaginei que louvar-te
De mim pediria uma arte
Que eu jamais alcançaria.
Resta-me hoje lastimar
Que te deixaste encantar
Por quem nem cantar sabia.
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