terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
O amor como justificativa da existência
Se eu fosse um apóstolo do amor, se eu fosse digno dessa missão, o livro-base de meu culto - a bíblia, por assim dizer - seria O museu da inocência, de Orhan Pamuk. Não conheço nenhum que se equipare a ele em força lírica, em delicadeza, em suavidade. Eu daria a alma para tê-lo escrito - o que, na verdade, significa que gostaria de ter vivido a história do personagem, Kemal, subjugado por uma lembrança amorosa tão aguda e agradável de ser sofrida que ele bem mereceria mais de uma vida para vivê-la. O museu da inocência é para aqueles que não se envergonhariam de lamber uma estátua do amor, ainda que fosse obra do pior dos escultores e feita da mais reles das argilas.
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