"Era isso nosso amor;
Falava, voltava, trazia-nos
Uma pálpebra baixa, infinitamente distante,
Um sorriso petrificado, perdido
Na relva da manhã;
Uma concha estranha que nossa alma
Tentava decifrar a todo instante.
Era isso nosso amor, progredia lentamente
Tateando entre as coisas que nos envolvem,
Para explicar por que recusávamos a morte
Tão apaixonadamente.
Embora nos agarrássemos a outras cinturas,
Enlaçássemos outras nucas, loucamente
Confundíssemos nosso hálito
Ao hálito do outro,
Embora fechássemos os olhos, era isso nosso amor...
Nada mais que o profundíssimo desejo
De suspender nossa fuga."
(Tradução de Darcy Damasceno, publicação da Editora Delta, Coleção Nobel.)
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