"Teus olhos são dois fogos e minh'alma é de estopa.
Afasta-te de mim, antes que ela se inflame
como uma brasa dentro de mim mesmo.
Sou um violino que possui no bojo
todas as canções do mundo.
Podes fazê-lo tocar a música que quiseres.
Afasta-te de mim! Oh, chega-te para mim!
Quero arder, quero refrigerar-me.
Eu sou desejo e nostalgia,
vivo na fronteira entre o outono e a primavera;
as cordas estão tensas, deixa-as cantar, ébrias e loucas,
num último e magnífico canto, todos meus anos de amor!
Aproxima-te de mim, afasta-te de mim!
Ardamos ambos como uma noite de outono;
a alegria da tempestade transpassa nossa bandeira de sangue e de ouro,
até que o vento se aquiete e que eu veja
teus passos fugirem ao crepúsculo,
tu, a última a seguir minha ardente juventude."
(Tradução de Ivo Barroso, publicado pela Editora Delta, Coleção Nobel.)
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