"O sol vai pôr-se. A rosa pende a fronte
num desmaio de pétalas vermelhas;
zumbe, a sonhar, em busca do horizonte,
o debandar das últimas abelhas...
Já muitos ventos vergastaram-na antes
e ela, a rosa, serena, resistia,
ungida pelas pérolas brilhantes
do orvalho azul de cada novo dia.
Agora o vento sopra e foge tudo:
nem insetos nem pássaros em torno.
Só desperta o torpor do dia mudo
o arrastar-se das folhas no chão morno.
Cai um manto de brumas e de esplim.
O sol se pôs. A flor é morta.Fim."
(Do livro Canto efêmero)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário