segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Sonetos, ah, sonetos

Sonetos, quem irá hoje fazê-los
Como os outrora feitos por Camões,
Com as mesmas chamas e fulgurações,
Com o mesmo apuro e com tamanhos zelos?

Quem poderia agora revivê-los
Com os mesmos brilhos e cintilações?
São outros tempos, outras situações,
Ninguém mais hoje quer reconhecê-los.

O que outrora foi vívido e pulsante
Hoje soa monótono e maçante,
O que fez viver faz-nos bocejar.

Se sete anos Jacó se consumiu
E de Raquel a mão não conseguiu,
Que em outra freguesia vá chorar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário