terça-feira, 7 de maio de 2019
Trigal
Era dia, ainda, quando me perdi no ruivo trigal. Era um labirinto e eu estava ainda perdido nele ao chegar a noite. Diziam que por ali andava um lobo. Nunca fui muito de rezar, mas rezei. Deus ouviu minha prece. Assim que o sol se pôs, fui atacado por uma loba que me derrubou e exauriu todos os líquidos do meu corpo. Bebeu de mim como se eu fosse uma fonte. Tenho até hoje as suas marcas. Voltei ao trigal muitas vezes, mas nunca mais vi a loba. Mulher nenhuma me dará o que ela me deu, no trigal que, tocado luxuriosamente pelo vento, sussurrava obscenidades.
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