segunda-feira, 30 de março de 2020

Soneto do garanhão fatigado (para Glauco Mattoso)

No dia em que um repórter consciencioso
Foi designado para entrevistar
Um homem com um currículo amoroso
Capaz de ao de dom Juan se comparar,

O que era esplêndido e espetaculoso,
Digno de se cantar e decantar,
Tornou-se um espetáculo jocoso
Capaz de fazer rir e gargalhar.

O homem, cansado já talvez da fama
Atribuída aos seus préstimos de cama,
Pediu: meu jovem, olhe, eu me cansei.

Não posso mais, não vê como estou fraco?
Já não tenho nem quem me coce o saco.
Meu jovem, diga a todos que eu brochei.

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