domingo, 29 de março de 2020

Soneto do velho putanheiro

Há muito tempo ele não anda já,
Não vai aos bares, boates não frequenta
Como em mil novecentos e sessenta,
E seu uísque é uma chávena de chá.

O que de melhor houve já não há
E, quando com as lembranças ele tenta
Voltar àquela década perempta,
A memória prazer já não lhe dá.

Às vezes sonha, e o sonho é sempre igual:
Sem saber de que forma nem por quem,
É levado a uma imensa bacanal.

Ele escolhe a melhor puta, a mais nova,
Mas, quando vai montá-la, o expulsa alguém:
Sai já daqui e volta para a cova.


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