Passado o peso da calamidade,
Chegaremos a nos encorajar
E pelas ruas novamente andar
Com a mesma antiga naturalidade?
Maior que o medo há de ser a saudade,
E um dia, quando a peste se cansar
De nos afligir e de nos matar,
Talvez volte a ser nossa esta cidade.
Ao sol então nos poderemos ver,
E, como antes, nos dar e receber,
Se vivos estivermos nesse dia.
Pelos que foram e não voltarão,
Que consigamos ter moderação
Quando formos gozar essa alegria.
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