quarta-feira, 3 de junho de 2020

Soneto da hora vindoura

Não há muito a dizer. Havia a rua,
Os carros, as pessoas caminhando,
Aviões no céu e pássaros cantando,
Durante o dia o sol, à noite a lua.

Tudo era simples. Que podia ter
Uma rua qualquer, que novidade,
Que anomalia, que anormalidade
Que em outra rua não pudesse haver?

Havia a rua e o que na rua havia,
Tudo igual, lua à noite, sol de dia,
E não achávamos valor em nada.

Que possamos com nosso olhar de agora
Voltar à rua quando chegar a hora,
E não tarde a vir essa hora abençoada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário