terça-feira, 17 de agosto de 2010
Lírica (457) - Vodu
De repente foi atingido por uma sequência tão atroz de males que envelheceu dez anos em dois meses. Tão impressionante foi essa transformação que parecia estar sendo vítima de vodu, como singelamente lhe disse a mulher que limpava seu apartamento: andam espetando seu bonequinho, patrão. Não encontrando ninguém que pudesse odiá-lo a tal ponto, pôs-se a procurar, nos livros que havia escrito, um personagem perverso o suficiente para lhe desejar a morte. Tinha dezoito romances, de vários gêneros e estilos, mas resolveu concentrar sua investigação nos livros que tinham trama amorosa. Sabia quanto rancor podia guardar alguém não tocado pela graça do amor, mesmo que - ou principalmente por isso - fosse um homem ou uma mulher destinados a figurar em um capítulo só, ou em um parágrafo.
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