quarta-feira, 2 de março de 2011
Paulista despedaçada
Agora, quando acaba de subir a escada do metrô Consolação, espanta-o ver que ninguém nota a ausência de algo sem o que a Paulista não pode ser a Paulista. Ali está o sol, as calçadas são as mesmas e também continua lá a livraria onde ele apreciaria ser encarcerado. Mas ele não vai entrar no Conjunto Nacional, ele não entra mais. Falta ali aquilo que também falta no lado de fora: aquela presença radiosa percorrendo as estantes, procurando como um passarinho inquieto livros de Philip Roth, Janet Frame, Zo Heller, Salinger e saindo depois com eles na mochila, como certa vez, para o esplendor da tarde e para o eterno tormento da memória.
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