quarta-feira, 20 de julho de 2011
O menino da crônica
Certa ocasião, me senti perto da fama total. Numa crônica que fiz para o Estadão, falei de um menino que, ao contrário dos outros, amava a matemática, apreciava só brincadeiras sérias (a preferida era aquela na qual ele era gerente de banco) e que, quando lhe perguntavam o que desejava ser no futuro, respondia sem vacilar: "Quero ser uma pessoa jurídica!" Assim que o texto foi publicado, recebi um telefonema da produção do Fantástico, da Globo. Instantaneamente me imaginei um fenômeno de duas mídias, ocupando um espaço nobre aos domingos. Durou pouco o devaneio. Não me queriam, queriam o endereço do menino, para entrevistá-lo. Minha decepção foi grande, mas me parece que a do produtor do programa foi maior, quando eu lhe disse que o garoto era fruto de minha imaginação.
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