terça-feira, 23 de agosto de 2011
O veleiro (para Frida)
Quem pintou a tela ainda não notou, mas toda noite, quando as luzes da sala se apagam, o veleiro, no horizonte, procura mover-se. A pintura tem dois anos e, nesse tempo, as velas brancas conseguiram avançar três milímetros - na verdade dois, porque numa madrugada de tormenta o vento as fez recuar um. O veleiro insiste, porém. Faltam-lhe dezenove milímetros para chegar ao canto da moldura e escapar por ele, como viu uma das dez gaivotas fazer certa noite.
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