terça-feira, 30 de agosto de 2011
Teu trigo
Manhã, por que desperdiças comigo teu sol majestoso? Por que cantam para mim teus pássaros? Por que me ofusca os olhos teu trigo maduro? Manhã, bate à porta de outra casa, qualquer uma. Encontrarás decerto alguém que te louve os encantos, mesmo sabendo, como eu desgraçadamente sei, que duras tão pouco, manhã, e que logo atrás de ti vem a tarde sonsa e, depois dela, com seus passos silenciosos e traiçoeiros, a noite, que devora teu sol, teus pássaros e teu trigo.
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