quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Amadora
Molecona, gostava de dar-se aos rapazes na areia, ouvindo o rugido do mar. Havia noites em que eram três. Um dia, um quarentão lhe garantiu que ela poderia ganhar muito dinheiro. Ela trocou a praia por uma cama e, como lhe dissera o homem, em dois anos comprou um apartamento, de frente para o mar. Recebe homens que marcam com ela pelo telefone e às vezes, com o carro que também comprou, vai ao encontro deles em todos os pontos da cidade. Da janela do apartamento, ou de dentro do automóvel, olha para a praia e sente no peito uma angústia, uma saudade profunda do tempo em que se dava na areia, por amor ou diversão, e depois, pegando sua bicicleta, voltava saciada para casa, como uma garota que se cansou de brincar.
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