Para que este blog, ao menos hoje, possa ostentar algo que mereça o nome de literatura, transcrevo um soneto de Shakespeare, que consta de suas Obras Completas, publicadas pela Editora Abril em 1981. A tradução é de Ivo Barroso.
Não lamentes por mim quando eu morrer
Senão enquanto o surdo sino diz
Ao mundo vil que o deixo e vou viver
Em meio aos vermes que ainda são mais vis.
Nem te recorde o verso comovido
A mão que o escreveu, pois te amo tanto
Que antes achar em tua mente olvido
Que ser lembrado e te causar o pranto.
Ah! Peço-te que ao leres esta queixa
Quando for minha carne consumida,
Não te refiras ao meu nome e deixa
Que morra o teu amor com minha vida.
Não veja o mundo e zombe desta dor
Por minha causa, quando morto eu for.
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