sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Um poema de Sylvia Plath

"BONDADE

A Bondade desliza pela casa.
Dona Bondade, ela é uma graça!
As gemas vermelhas e azuis de seus anéis embaçam
As vidraças, espelhos
Se enchem de sorrisos.

O que é mais real do que um grito de criança?
O de um coelho talvez seja mais selvagem,
Mas não tem alma.
Açúcar cura tudo, diz a Bondade.
Açúcar é um fluido necessário,

Seus cristais, uma pequena compressa.
Ah, bondade, bondade,
Juntando os pedaços com carinho!
Minhas sedas japonesas, desesperadas borboletas,
Podem ser pegas a qualquer minuto, anestesiadas.

Então você chega, com uma xícara de chá,
Imerso na fumaça.
O jato de sangue é poesia,
Não há nada que o detenha.
Você me passa as crianças, duas rosas."

(Do livro "Poemas de Sylvia Plath", tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça, publicado pela Iluminuras.)

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