No sonho
ao som do baile
seu coração remoça
se alvoroça
e ele tira uma moça
outra moça
todas as moças
para dançar
e como antigamente
dança dança dança
até o sol chegar
Acorda e nos lábios murchos
tem ainda a última sílaba
de um bolero e o gosto
do batom colhido numa boca jovem
No meio das pernas
sente uma mornidão
uma frouxidão
que há algum tempo não sentia
Não ele diz não
não é possível
outra vez não
ele não quer acreditar
A filha quando vier
colocá-lo na cadeira de rodas
balançará a cabeça
(você andou sonhando
outra vez pai?)
e indignada apontará
a cama toda mijada.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
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