terça-feira, 7 de maio de 2013

A condecoração

Tolo ele foi, entregando-se ao amor como se entregou. Só chacota, zombaria e escárnio mereceram seus arquejos de velho falseando gorjeios de rouxinol. Como ousaram suas mãos tocar a dourada penugem dos pêssegos! Os amigos recusam-lhe amizade e a família nega-lhe parentesco. Ele, com a convicção que só os insanos têm, se expõe cada vez mais e julga que, além do seu, não há um só coração batendo certo no mundo. Se o chamam de tolo, ele recebe a palavra como uma condecoração.

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