sábado, 11 de maio de 2013

Há de ser...

... um mau dia, como os outros, irmãos todos da mesma triste linhagem, nascidos para ferir e atormentar. Há de doer como todos, há de machucar, ferir, estilhaçar, triturar, despedaçar. Há de extrair ainda, de nós, os agudos lamentos, os desesperados gritos, há de trazer a necessidade de colocarmos a mordaça para não acordar no quarteirão, no bairro, na cidade, a rala compaixão misturada com a ruidosa chacota. Há de atormentar cada nervo nosso, cada poro. Nossa defesa será aquela de pensar que amanhã tudo terá passado. Pensamos assim há três anos, e tudo dói sempre mais. Se um dia não doer, estaremos vazios como se nos tivessem arrancado um braço ou uma perna. Que doa, que doa. Que doa.

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