sexta-feira, 3 de maio de 2013
Hoje, ele não...
... saiu de casa, para não precisar recorrer à sua voz nem sequer para dizer bom dia. Ele a quer forte e límpida, para a madrugada. Talvez o grito que ele alimentou o dia inteiro consiga afinal atravessar a cidade e chegar aos ouvidos certos. Ainda que, ao chegar, seja apenas um murmúrio, confia nele, como o último tripulante de um navio naufragado, tendo perdido todos os botes salva-vidas, olha para as ondas raivosas e imagina ter chance de domá-las quando se atira bem no centro delas.
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