sexta-feira, 17 de maio de 2013
O frio...
... encolheu os meninos do colégio em frente. Nada de algazarra, nada de vozes, de risos. A manhã parece ter entendido a tristeza da minha alma e deu folga ao sol. Vista da janela, hoje a vida se assemelha ao que penso dela. Se eu fosse pintor, seria o dia ideal para retratá-la. Meu marasmo seria igual ao da rua, se não doesse. Depois que a esperança me deixou, a memória se tornou mais aguda, como ocorre a quem, sendo privado de um dos sentidos, aprimora os demais. Triste é viver de reminiscências, da lembrança de alguns poucos dias dourados, e ter a certeza de que foram os últimos. A vida será agora sempre como é hoje, um cinza espalhado melancolicamente sobre uma rua calada onde, numa casa, um homem tecla frases que a ninguém mais interessasm senão a ele.
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