terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
No laboratório (III)
O médico vai me mostrando áreas em que não vejo nada. Fico dizendo huumm, huumm, e ele me explica que nada piorou, desde a última ultrassonografia. Pergunto-lhe se houve alguma melhora. Ele me responde que de certa forma sim. E completa: "Logo estaremos fazendo aquela partida de tênis, o senhor vai ver." E eu me tomo de uma ternura imensa, e me imagino de calção e camiseta brancos, numa manhã de sol, rebatendo uma bola que ele mandará fácil para mim. Ele me diz que posso vestir-me, e eu murmuro obrigado, doutor, sentindo que deveria abraçá-lo, e amaldiçoando meu temperamento obstinadamente contido.
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