"Daqui de onde escrevo, à noite, vejo os aviões. Tem sua beleza um ponto de luz esfumaçado, deslizando no escuro como um farol de embarcação. A miragem me faz pensar nas viagens à moda antiga, quando a distância era tão longa quanto a espera e os ventos tão caprichosos quanto as vontades. Amo as noites por isso, por essa miragem de navegação. É quando vigora outro tempo, o tempo da crisálida, da luz amarela, o tempo do hibisco se fazendo atrás dos galhos. Enquanto os gatos saem para caçar mariposas, a cidade desaparece debaixo da cerração."
(Da crônica "Mensagem na garrafa", do livro Breves anotações sobre um tigre, edições ardotempo.)
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