Sou eu aquele que um dia,
Embriagado de grandeza,
Escarneceu da alegria
E enalteceu a tristeza.
Sou eu quem do riso ria
E proclamou a vileza
De quem num sorriso via
Uma expressão da beleza.
Cantei a dor, o tormento,
O valor do sofrimento
E da mortificação.
Errei, ah, como eu errei,
Mas já é tarde, eu bem sei,
Para mudar a canção.
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