sexta-feira, 30 de outubro de 2015
22h28
Acordei assustado. Dormi aqui na loja, vejam só. E estaria dormindo ainda, se não fosse o pesadelo. Nele, ratos devoravam todo o meu acervo, juntado por tantas décadas. Eles comiam com gosto cartas, fotos, mercadores de livro. Quando o maior deles puxou da estante uma coletânea de Mario Benedetti, eu gritei. Estava sentado aqui, com as luzes acesas e a porta aberta. Sozinho. Nem aos ladrões interessa uma loja de recordações amorosas.
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