"Se fria e morte jazesses,
E a Oeste se fossem apagando as luzes,
Virias até mim, inclinando a cabeça,
E a minha fronte em teu peito repousaria;
Murmurarias ternas palavras,
Perdoando-me, porque estavas morta:
Não te havias de levantar e partir tão apressada,
Ainda que teu seja esse querer de ave selvagem,
Ainda que saibas o lugar dos teus cabelos
Junto às estrelas e ao sol e à lua:
Desejava, amada minha, que na terra jazesses
Sob as grandes folhas,
Enquanto uma a uma se fossem apagando as luzes."
(De Uma antologia, tradução de José Agostinho Baptista, edição da Assírio & Alvim, Lisboa.)
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