O amor tem as costas largas
E, ansioso por se culpar,
Assume, sem se queixar,
Nossas perdas mais amargas.
Sobre ele nós despejamos,
Além de nosso desprezo,
Todo o insuportável peso
Das coisas em que falhamos.
Por ele é que nós não fomos,
Por ele é que nós não somos
Shakespeare nem Baudelaire.
O amor, eterno culpado,
É quase sempre auxiliado
Por uma bela mulher.
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