Sr. Raul, como vai? Sou pesquisador, e acabei de me deparar com a existência do desagregacionismo e do simplismo, e o Sr. é uma das poucas referências sobre o assunto em toda a internet. Eu pesquiso a obra de juventude de Roberto Schwarz, e acabei de descobrir sobre essa exposição dos anos 60 na Biblioteca de SP, mas as informações são escassas. O Sr. se recorda dele nesta época?
Desculpe pelo incômodo, mas fiquei muito feliz em encontrar seu blog, e gostei muito das suas poesias.
César, o simplismo e o desagregacionismo surgiram na Biblioteca Mário de Andrade, no final da década de 1950 e início dos anos 60. Eram movimentos antípodas e beneficiaram-se da repercussão mundial da onda beat. A imprensa estimulou ainda mais a natural rivalidade de jovens ansiosos por aparecer na mídia. A "Última Hora" fez uma matéria que falava mais de esquisitices e bizarrias do que da finalidade de uma e da outra tendências. Foi tanta a atoarda que o oportunista Juca Chaves, que jamais aparecia na biblioteca, acabou por se declarar anos depois um simplista... O auge dos dois movimentos foi uma exposição depoemas na biblioteca pelo então diretor, Sérgio Milliet. Houve uma festa promovida pelo "Shopping News", para comemorar o final da exposição. O "Shopping" fez textos sobre essa época. A revista "Alterosa" publicou também uma reportagem que, a exemplo do que fez "Última Hora", tratou mais de mencionar esquisitices que qualquer outra coisa. Não me lembro do Schwartz nessa época. Talvez ele fosse desagregacionista, já não sei, e a partir da rivalidade incentivada pela imprensa, os dois grupos se tornaram praticamente inimigos, como os meninos da Rua Paulo e seus contendores. Isso criou toda uma lenda sobre reuniões secretas de um e outro grupo. E o Schwartz, que eu saiba, se preocupava já com algo mais concreto que a poesia. É isso, meu caro, o que posso dizer a você. Abraços
Sou um homem que ama a literatura e desde os 12 anos, quando li A Comédia Humana, de William Saroyan, tenta ser escritor. Tenho muitos livros publicados, mas quem diz se alguém é escritor são os leitores. Então, cada livro meu repete a pergunta: sou um escritor?
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ResponderExcluirSr. Raul, como vai? Sou pesquisador, e acabei de me deparar com a existência do desagregacionismo e do simplismo, e o Sr. é uma das poucas referências sobre o assunto em toda a internet. Eu pesquiso a obra de juventude de Roberto Schwarz, e acabei de descobrir sobre essa exposição dos anos 60 na Biblioteca de SP, mas as informações são escassas. O Sr. se recorda dele nesta época?
ResponderExcluirDesculpe pelo incômodo, mas fiquei muito feliz em encontrar seu blog, e gostei muito das suas poesias.
Obrigado.
César, o simplismo e o desagregacionismo surgiram na Biblioteca Mário de Andrade, no final da década de 1950 e início dos anos 60. Eram movimentos antípodas e beneficiaram-se da repercussão mundial da onda beat. A imprensa estimulou ainda mais a natural rivalidade de jovens ansiosos por aparecer na mídia. A "Última Hora" fez uma matéria que falava mais de esquisitices e bizarrias do que da finalidade de uma e da outra tendências. Foi tanta a atoarda que o oportunista Juca Chaves, que jamais aparecia na biblioteca, acabou por se declarar anos depois um simplista... O auge dos dois movimentos foi uma exposição depoemas na biblioteca pelo então diretor, Sérgio Milliet. Houve uma festa promovida pelo "Shopping News", para comemorar o final da exposição. O "Shopping" fez textos sobre essa época. A revista "Alterosa" publicou também uma reportagem que, a exemplo do que fez "Última Hora", tratou mais de mencionar esquisitices que qualquer outra coisa. Não me lembro do Schwartz nessa época. Talvez ele fosse desagregacionista, já não sei, e a partir da rivalidade incentivada pela imprensa, os dois grupos se tornaram praticamente inimigos, como os meninos da Rua Paulo e seus contendores. Isso criou toda uma lenda sobre reuniões secretas de um e outro grupo. E o Schwartz, que eu saiba, se preocupava já com algo mais concreto que a poesia. É isso, meu caro, o que posso dizer a você. Abraços
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