Que olhos, os dela. Duas jabuticabonas. Os cabelos? Seda. Parece que sinto ainda o formigamento dos fios de ouro aqui, entre os dedos. Cinco anos depois... E a boca? Vou lhe dizer. Parecia uma fruta. Doce, doce. E os dentes... Ah, os dentes! Tão lindos. Olhe aqui a minha mão. No dia da separação, ela ficou com raiva de mim e me mordeu bem aqui. Está vendo? Não, a mordida não foi muito forte. Eu é que nesses cinco anos não paro de me beijar aqui, de me morder aqui, onde os lábios dela estiveram. Ah, você não imagina como eu amei aquela mulher.
sábado, 24 de setembro de 2016
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