segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Viver para ver (para Angela Brasil e Liberato Vieira da Cunha)
Agradeço por estar vivo e ter visto, agorinha mesmo, "A pele de Vênus", do Polanski (um desses caras que me fazem querer ser polonês). O filme, obríssima de artíssima genuíníssima, reforçou em mim a ideia de que Sade e Masoch resumem o princípio da vida. Sadismo e masoquismo, com uma leve alteração de sentido aqui e ali, carregam o mundo nas costas. E é uma pungente declaração de como o episódio com a garota nos EUA, cinquenta anos atrás, afetou o Polanski e de como ele, como tantos, recorreu à arte para sublimá-lo. Não sei se conseguiu, mas a tentativa é maravilhosamente honesta.
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