sábado, 9 de abril de 2022

Soneto do passatempo que fomos para os deuses

Como se deliciavam, como riam

Em seus festins os deuses embriagados,

Brindando-nos com bravos redobrados,

No tempo em que de nós escarneciam.


Ouvindo nossos sonhos tresloucados

E os planos que nos sonhos se nutriam,

Eles se regalavam e diziam:

Como eles podem ser tão engraçados?


Quando a voz da razão enfim ouvimos

E de seguir os planos desistimos

E abandonamos todos nossos sonhos,


Conosco os deuses se decepcionaram

E jamais para as festas nos chamaram:

Como eles podem ser tão enfadonhos?


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