terça-feira, 3 de julho de 2018

Versos de "Gerontion", de T.S.Eliot

"Eis-me aqui, um velho em pleno mês de seca,
À espera de chuva, a ouvir um jovem ler para mim.
Eu não estive nas portas férvidas
Nem lutei na chuva tépida
Nem pé fundo no charco, espada em punho,
Picado por mosquitos, combati.
Minha casa é uma casa arruinada,
E o judeu se debruça na janela, o proprietário,
Desovado numa tasca da Antuérpia,
Bolhas em Bruxelas, casquejado e descascado em Londres.
O bode tosse à noite no bosque acima;
Rochas, limo, saião-acre, ferro, bostas.
A mulher cuida a cozinha, aquece o chá,
Espirra à noite e remexe o ralo irritado."
(Tradução de Lawrence Flores Pereira, Iluminuras.)
                                                   


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