terça-feira, 8 de junho de 2010
Pequenas alegrias urbanas (185) -- Majestade
Na avenida Paulista, andando para o trabalho como todos os dias, o homem fechou por um instante os olhos tocados por um raio de sol e, ao reabri-los, o raio, deslocando-se travessamente para o meio da avenida, conduziu-os para uma mulher aureolada, coroada como uma rainha, que aproveitava o sinal verde e, acompanhada pela luminosidade mágica, que talvez só ele visse, por estar onde estava, chegou até a calçada oposta. Pelo receio de se mover e assim quebrar o encanto, ele a viu ainda, sempre seguida pelo halo, entrar numa transversal e desaparecer antes que ele emergisse do breve êxtase matutino e pensasse que iria atrás dela até o fim do mundo, se ela fosse, e se com ela fosse também o raio de sol.
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