domingo, 13 de junho de 2010
Lírica (42) - A prova
Os participantes do almoço chegaram à conclusão de que ninguém mais morria de amor, e ele, que amargava no peito a dor profunda e latejante de uma paixão não retribuída, achou injusto não ter nascido na época em que os enamorados desiludidos saltavam de pontes ou tomavam veneno, e lastimou que sua covardia o impedisse de promover um retorno histórico e morrer ali mesmo, naquela hora, para calar a boca daqueles que, devorando o churrasco, discorriam sobre a vida como se fosse um passatempo.
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