Encontrei num conto de Isaac Bashevis Singer uma frase que no início fui tentado a analisar com a razão, a pior forma de se encarar um texto literário. E pensei se era um convite ao pragmatismo ou uma leve incitação a uma singela e tosca forma de hedonismo ou, quem sabe, de epicurismo. Felizmente parei por aí. Meu conhecimento de filosofia é um total desconhecimento da filosofia. Com meus passos filosóficos não consigo chegar nem à esquina. O que Singer escreveu é simplesmente uma bela frase, com algum jeito de provérbio, mas sem a imposição e a pretensa sabedoria que os provérbios costumam ter: "No amor, não se faz favor. É preciso ser egoísta, senão se destrói a si mesmo e ao ser amado."
(47 contos de Isaac Bashevis Singer, tradução de José Rubens Siqueira, Companhia das Letras.)
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