Acordo cedo
abro a janela
para escutar as mentiras
que diariamente
o sol impudente
vem me contar
Ouço também os passarinhos
esses tolinhos
que vivem inventando
motivos para cantar
Preparo depois o café
reprimo uma careta
e exclamo
ai que delícia
antes mesmo de tomar
Cumpridos os rituais
de exaltação ao dia
que presumivelmente
me recolocam
entre os homens normais
há aquele momento
em que digo agora chega
por hoje já me prostituí demais
E com alegria
ou quase isso
entrego-me enfim
à minha verdade
ao asco que tenho do mundo
à pena que tenho de mim
e peço que me acolha
a minha doce
a minha amada
melancolia.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
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