terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O que você acha?
Quer saber? Vamos fazer assim. Esqueça meus lances dramáticos, meus ohs e ahs, minha tendência às notas agudas, meus ímpetos de rompimento e reconciliação. Marquemos encontro uma tarde, na porta de um cinema, compremos dois pacotes imensos de pipoca e façamos de conta, por uma hora e meia ou duas, que somos dois adolescentes encantados com a descoberta de algo que talvez seja amor ou ao menos pareça. Quando as luzes se apagarem, se eu tentar tocá-la ou abraçá-la, você pode ralhar comigo, até beliscar-me, e, se eu quiser beijá-la, você pode me impedir, enfiando em minha boca um punhado de pipocas. O que você acha? Se gostarmos, talvez possamos descobrir para o encontro seguinte um desses pungentemente estropiados parques de diversões da periferia, um em que, na entrada, possivelmente haja um realejo tocando Fascination, com um periquito que se esmerará em puxar para nós a melhor sorte.
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