domingo, 3 de março de 2013

Dim-dim

Às vezes, principalmente nos bate-papos em colégios, um escritor sente-se tentado, diante do entusiasmo juvenil do público, a superestimar o que faz. Em momentos assim, a literatura pode ser definida como uma missão, quase como um sacerdócio. É ridículo isso, porém mais decente do que declarar, como aquele romancista, que crônicas são uma atividade menor e ele só as escreve para ganhar dim-dim (essa foi a palavra que ele usou diante dos jovens, acompanhada do desprezível gesto de girar o dedo polegar sobre o mínimo). Ninguém precisa ser mártir da literatura, mas que também não seja um camelô.

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