"O escritor é o duelista que nunca luta na hora combinada, que guarda o insulto como a um objeto curioso, coloca-o em sua escrivaninha e só então luta, sozinho. Há quem chame isso de fraqueza. Eu chamo de adiamento. As fraquezas no homem são a glória do artista, sua qualidade. O que revelo ao conversar ou ao agir poucas vezes é restituído no papel. O que é preservado, guardado, é o que explode mais tarde na solidão propícia. E por isso o artista é o homem mais solitário do mundo: porque ele vive, luta, guerreia, morre, renasce sozinho, e sempre sozinho."
(Do livro Incesto, traduzido por Guilherme da Silva Braga, publicado pela L&PM Editores.)
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