"Querida, vamos ver se a rosa,
Que esta manhã abriu garbosa
Ao sol seu purpúreo vestido,
Não perdeu, da tarde ao calor,
De sua roupa a rubra cor,
E o aspecto ao vosso parecido.
Ah! Vede como em curto espaço,
Querida, caiu em pedaços.
Ah! ah! a beleza que tinha!
Ó mesmo madrasta Natura,
Pois que uma flor assim não dura
Senão da manhã à tardinha!
Então, se me dais fé, querida,
Enquanto a idade está florida
Em seu mais viçoso verdor,
Colhei, colhei a mocidade:
A velhice, como a esta flor,
Fará murchar vossa beldade."
(De Poetas franceses da Renascença, tradução de Mário Laranjeira, publicado pela Martins Fontes.)
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