eu gostava sobretudo dos modos e costumes bizarros, parecendo-me assim abstrair as condições do bem e do mal, os termos, por assim dizer, daquilo que é sentimento para nós franceses. Que loucura, dizia a mim mesmo, amar assim platonicamente uma mulher que não mais te ama! Isso é culpa das minhas leituras; levei a sério as invenções dos poetas, e fiz para mim uma Laura ou uma Beatriz de uma pessoa comum de nosso século... Passemos a outras intrigas, e esta logo se apagará. O delírio de um alegre carnaval numa cidade da Itália afastou todas as minhas ideias melancólicas. Sentia-me tão feliz e aliviado que compartilhava minha alegria com todos os amigos, e, nas minhas cartas a eles, punha um estado constante de espírito que não passava de superexcitação febril."
(Tradução de Luís Augusto Contador Borges, publicação da Iluminuras.)
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