quarta-feira, 14 de maio de 2014

Dois poemas de Bai Juyi (772-846)

"ERVAS SOBRE A PLANÍCIE ANTIGA

(Uma canção de despedida)

Aqui e ali surgem ervas na planície,
Em cada ano morrem e renascem.
Fogos selvagens queimam-nas, não as matam.
Com o vento primaveril ei-las outra vez!
A fragrância longínqua perfuma a via antiga:
Um feixe de esmeraldas nas velhas ruínas.
É tempo de outra vez de dizermos adeus
E do senhor que parte se despedem elas."


"FLOR OU NÃO

É flor, ou não.
É bruma, ou não.
À meia-noite vem
De madrugada vai.
Chega, devaneio vernal, efêmero.
Parte, neblina, matinal, sem traço."

(De Uma antologia de poesia chinesa, tradução de Gil de Carvalho, publicação da Assírio & Alvim, Lisboa.)


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