terça-feira, 27 de maio de 2014
Um seio, e o outro
Depois de lhe recusar por mais de uma semana os seios, ela hoje colocou o relógio de pulso no banco da praça, entre os dois, e agora diz: tá bom, mas só um minuto. Olha para os lados, para se assegurar de que não há ninguém por perto, puxa de dentro da blusa um seio, olha de novo para os lados, e puxa o outro. Pela facilidade com que os tira, ele sabe que ela está sem o sutiã que uma semana antes ele havia apalpado, arranhado, mordido, para tentar acender nela alguma luxúria. Ela os segura por baixo e os oferece, como se ele fosse um bebê para quem conseguiram uma ama de leite. Ele se debruça sobre um, sobre o outro, sobre os dois, como um enjeitado de asilo que não sabe quando mamará outra vez. O relógio já deve ter marcado dez minutos, quinze, mas permanece esquecido no banco, enquanto ele se farta, engasga, geme de satisfação, e ela, sem se importar agora em se mostrar vencida, acaricia os cabelos dele, mais, mais, para que ele nem pense em tirar os lábios de onde estão.
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