terça-feira, 13 de maio de 2014

Dois poemas de Herman Melville

"LONGE DA MARGEM

Vede, a jangada, um sinal flutuando,
   Frágil - um fragmento;
Ninguém jaz sobre esses mastros fustigados,
   Vivo ou morto.

Gemem as aves sobre ela pairando,
   'Marinhagem, marinhagem?'
E as vagas, incessantes, atacam-na,
   Assaltam-na uma vez mais!"


"BUDA

"Pois o que é a tua vida? É apenas um vapor que aparece
         por algum instante e logo se desvanece."

Voga desfalecendo, desfalecendo, desfalecendo,
   Aspirando ao nada!
Soluços do mundo e lamento de espécies
   Que em silêncio sofrem -
Nirvana! Absorve-nos em teus céus,
   Anula-nos em ti."

(Da coletânea Poemas de Herman Melville, traduzida por Mário Avelar e publicada pela Assírio & Alvim, Lisboa.)

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